• 23 de novembro de 2024 18:15

Decidir durante a crise extrema e o futuro do RS pós-reconstrução: como foi o primeiro dia da Semana de Competitividade

ByRafaela Andrighi

out 28, 2024

Leo Farah e Tiago Mattos abriram programação, que seguirá com palestras e painéis temáticos até a quarta-feira (30)

Tomar decisões em situações de crise extrema e reconstruir o Rio Grande do Sul com olhos para o futuro foram os temas da abertura da Semana de Competitividade, promovida pelo Sistema Ocergs desta segunda-feira (28) até a próxima quarta (30).

Centenas de associados, colaboradores e líderes do cooperativismo gaúcho lotaram a plateia do Centro de Eventos do Barra Shopping Sul para acompanhar as palestras do especialista em Gestão de Desastres Leo Farah e do futurista Tiago Mattos.

Na abertura, o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, falou sobre o propósito da Semana de Competitividade, maior evento do cooperativismo gaúcho.

Hartmann esclareceu que, a despeito da aparente contradição, cooperar e competir são ações perfeitamente compatíveis e conciliáveis.

“Falar sobre cooperar e competir parece desafiador, porque competição sugere rivalidade, mas no universo cooperativo, isso tem outro significado. Competir é um estímulo ao crescimento coletivo, inspirando uns aos outros para ser melhor. Aquele que se destaca se torna fonte de aprendizado para os outros”, introduziu Hartmann.

Superintendente do Sistema Ocergs, Mario de Conto observou que a Semana de Competitividade é uma oportunidade para as cooperativas se aperfeiçoarem em um cenário de mercado cada vez mais desafiador.

“Iniciamos hoje o maior evento já organizado pelo Sistema Ocergs. Quando eu penso em quem somos, vejo que o cooperativismo foi a escolha de todos que estão aqui. Pessoas que têm no coração o desejo de construir um mundo melhor. Num contexto em que a crise climática e a desigualdade econômica e social se intensificam, nós, cooperativas, somos farol de esperança”, afirmou.

Espírito cooperativo

O capitão da reserva do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e especialista em Gestão de Desastres pela Unesco, Léo Farah, abriu a programação falando sobre a experiência que vivenciou durante a catástrofe climática gaúcha, em maio.

Com experiência em operações em grandes tragédias ambientais, em Mariana (MG), no Rio de Janeiro, na Bahia e em São Paulo, Farah disse que ficou particularmente impactado pela catástrofe no RS em razão do espírito cooperativo da população.

“Eu fiquei apaixonado pelo Rio Grande do Sul porque eu vi que o cooperativismo é algo que está enraizado nas pessoas. Vocês têm esse sentimento de cooperação, a ideia de que cada um precisa fazer a sua missão. As pessoas estão preocupadas com o todo. Isso é incrível. O que mais me impressionou no povo gaúcho é esse sentimento de que o coletivo importa, que todo mundo está querendo que todos ganhem”, contou Farah.

Acostumado a situações de pressão extrema, Farah narrou momentos de tensão durante o socorro de vítimas e fez um paralelo entre a dificuldade de tomar decisões em contexto de desastre e o processo decisório na vida.

“Tem vários momentos na nossa vida em que a gente vai enfrentar situações críticas, e vamos tomar decisões que literalmente mudarão o mundo de alguém. Numa operação de incêndio, um bombeiro toma cerca de 40 mil decisões em duas horas. E essas decisões não são racionais, porque você não tem dados. A gente utiliza o nosso conhecimento passado e projeta o que pode dar certo ou errado”, explica.

Uma perspectiva disruptiva

Natural de Porto Alegre, o empreendedor e expert em futuros Tiago Mattos debateu a necessidade de reconstruir o Rio Grande do Sul numa perspectiva disruptiva.

Mattos avaliou que é preciso pensar diversos setores modelos diferentes daqueles que se praticaram nas últimas décadas.

“Precisamos falar do novo Rio Grande do Sul que se quer construir. Não dá para reconstruir o velho RS de novo, pegando os parâmetros do passado e reproduzindo-os novamente. Já que a gente vai ter de reconstruir o Estado, que seja de uma nova forma”, explicou o futurista, que também provou uma reflexão sobre o modelo da educação.

“Precisamos de um modelo em que as crianças aprendam mais rápido, de acordo com o algoritmo, com tempo para pensamento crítico, cidadania, escola personalizada para cada um”, complementou.

Saiba Mais.

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