O Rio Grande do Sul registrou um aumento de três vezes no número de casos de dengue em 2024 em comparação com o primeiro semestre do ano anterior.
Segundo o Painel de Casos de Dengue RS, do Governo do Estado, foram confirmados 177.961 casos e 277 mortes até o momento. Especificamente entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, os casos subiram de 2.462 para 10.462.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o Estado contabilizou 2.493 casos de dengue, superando o total de pacientes confirmados durante todas as semanas do inverno de 2023, que foi de 2.194.
Patricia Castro Koukidis, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, explica que a umidade alta e os dias chuvosos favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, além das recentes ocorrências climáticas no estado.
“Em geral, o inverno no RS tende a dirimir os impactos da dengue, entretanto, passamos pelas enchentes, em que a quantidade de água parada e com dias de calor, favoreceram a proliferação do mosquito e da doença, cujos os casos estão sendo evidenciados agora”, avalia.
A especialista destaca a importância dos cuidados preventivos e explica que a dengue pode causar febre alta, dores musculares, dores de cabeça, erupções cutâneas e fadiga.
“É essencial educar as pessoas sobre o tema, de forma que se sintam incentivadas a procurar assistência médica imediata a partir do momento em que apresentarem os sintomas, adotando medidas preventivas, garantindo o diagnóstico e tratamento da doença adequado”, afirma Patrícia.
Ela também alerta para a observação de sinais respiratórios e gripais, comuns na Covid-19, mas não frequentes nas arboviroses. “A dor de garganta, congestão nasal, tosse seca e coriza são comuns na Covid-19, mas não nas arboviroses”, exemplifica.
Entre os sintomas diferenciadores da dengue, Patrícia menciona a presença de manchas vermelhas na pele (petéquias) e dor intensa nas articulações.
“Além disso, outra característica dessa doença é dor intensa nas articulações. Entretanto, a confirmação do diagnóstico de dengue geralmente só é feita através de exames de sangue, como o teste de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para detectar o RNA viral ou testes sorológicos para detectar anticorpos específicos. Portanto, o diagnóstico diferencial é essencial para descartar outras doenças que apresentam sintomas semelhantes, como malária, febre chikungunya, febre amarela, entre outras”, explica.
A especialista reforça que, ao apresentar sintomas, o indivíduo deve procurar um pronto-atendimento o mais rápido possível para a realização de exames laboratoriais específicos para o tratamento adequado.
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