• 21 de novembro de 2024 20:28

Produtora de cinema gaúcha produz documentário colaborativo sobre impacto das enchentes no RS

ByRafaela Andrighi

jun 24, 2024

“A Memória da Água” é uma construção coletiva entre a plataforma Lumine e as pessoas que foram atingidas pela catástrofe no Estado

Preservar a história e impedir que a catástrofe que impactou milhões de pessoas no Rio Grande do Sul em maio seja esquecida são os objetivos do novo documentário da Lumine.

Ainda em estágio de captação de imagens, “A Memória da Água” fará uma cobertura completa das enchentes — mostrando todos os cenários, desde os abrigos até as cidades devastadas, e entrevistando diferentes personagens para retratar o episódio que vitimou o Estado – onde está localizada a sede da plataforma de streaming e produtora de cinema.

A produção iniciou em maio com as primeiras gravações in loco e com o lançamento do projeto no site e nas redes sociais da Lumine, pedindo para as pessoas compartilharem seus depoimentos.

Segundo o fundador da Lumine, Matheus Bazzo, a maior preocupação era com o timing da coleta dos materiais para que momentos importantes não fossem perdidos.

“A ideia do filme é recuperar essa memória para evitar que se esqueça o que aconteceu e como as pessoas reagiram a isso. A realidade precisa ficar gravada no nosso coração. Precisamos dessa memória viva para honrar os que se foram, eternizar as histórias de quem enfrentou as enchentes e enobrecer os atos heróicos dos que salvaram tantas vidas”, destaca Bazzo.

Bastidores da produção

A maior chuva já registrada no Rio Grande do Sul afetou de diferentes maneiras todas as regiões do Estado.

Enquanto que em alguns lugares a força da água devastou cidades, em outros, provocou alagamentos que levaram semanas para baixar.

Para retratar todas essas realidades, “A Memória da Água” está colhendo relatos em vários municípios.

O diretor do documentário, Gustavo Leite, detalha que a produção fará uma cobertura geral das enchentes, com análise técnica e depoimentos de especialistas sobre o tema.

Porém, ele ressalta que o foco é mostrar a realidade dos fatos. “Muito desse filme está atrelado ao título, à memória das coisas que aconteceram pelo efeito da água.

Vamos fazer um retrato dessa realidade, expondo a humanidade de cada vida que foi impactada direta e indiretamente por essa tragédia. E também de quem não foi afetado, mas resolveu ajudar”, detalha.

As equipes de filmagens registraram vários cenários e reações: de gravações feitas em cima de barcos até bairros devastados.

“Buscamos captar diferentes situações, desde abrigos e lugares que estavam totalmente destruídos até pessoas que estavam fora de casa e retornaram pela primeira vez para suas residências. Nós mostramos essa realidade e como cada um encara o que está acontecendo,” complementa Leite.

Construção coletiva

Além das captações originais, o documentário está sendo realizado com a participação das pessoas por meio do envio de depoimentos e imagens. Conforme Bazzo, essa é a primeira vez que a Lumine realiza um filme de forma colaborativa.

“Esse documentário é uma construção coletiva porque faz parte da realidade de quem está vivendo isso. Tudo aconteceu rapidamente e em vários lugares. Recebemos muitos relatos do momento em si, das pessoas que gravaram com seus celulares, com a água alta, dentro de casa, ilhados”, explica.

Por trás das câmeras

Com sede em Porto Alegre, a Lumine também foi atingida diretamente pelos alagamentos. A empresa fica no segundo pavimento do Instituto Caldeira, que teve o primeiro andar completamente invadido pelas águas.

A empresa não chegou a perder equipamentos, mas também não conseguia acessá-los. Dentro desse cenário, surgiu a ideia de fazer o documentário para registrar o que estava acontecendo e, também, como resposta à vocação da empresa enquanto produtora de cinema.

“Vimos uma situação de crise e pensamos o que poderíamos fazer. Algumas pessoas colocaram o barco na água, abriram a casa para receber amigos e familiares, fizeram doações. Nós decidimos fazer um filme para retratar e preservar o que aconteceu. Entendemos que nosso lugar é fazer arte, pois é por meio dela que podemos fazer essa memória ficar viva”, evidencia Bazzo.

Na mesma linha, o diretor Gustavo Leite explica que o cinema tem a capacidade de colocar quem está assistindo a um filme no lugar da pessoa que vivenciou a situação, permitindo compreender essa realidade.

“O evento passou, mas tem muito o que se aprender com isso. O cinema tem essa força e o documentário vai ajudar as pessoas a entenderem esse momento, como é passar por uma situação assim. Elas vão se questionar: ‘como seria se eu passasse por isso?'”, salienta.

O documentário será disponibilizado de forma gratuita no canal de Youtube da Lumine, com a funcionalidade da inclusão de legendas para várias línguas, buscando tornar o conteúdo acessível a pessoas de todo o mundo. A previsão de lançamento é para o início de 2025.

Envie seu depoimento

A Lumine está convidando as pessoas a compartilharem os seus depoimentos sobre as enchentes. Se você tem uma história para contar, de algo que viveu ou presenciou, pode deixar o seu depoimento neste formulário.

Também é possível compartilhar o relato nas redes sociais usando a hashtag #AMemóriadaÁgua e marcando a @lumine.tv.

Sobre a Lumine

Com cinco anos de atuação, a Lumine é a maior plataforma católica de filmes e séries do Brasil. Seu catálogo reúne centenas de conteúdos, destinados tanto ao público adulto como infantil.

Clássicos como “Cidadão Kane”, “Ladrões de bicicleta”, “A felicidade não se compra” e “Cinema Paradiso” fazem parte do acervo do serviço de vídeo sob demanda.

A Lumine também já lançou diversas produções originais, incluindo “Além da Liberdade: a vida de Viktor Frankl”, “Isabel Cristina: uma história de martírio” e “A Via Sacra”, gravado na Terra Santa.

Saiba Mais.

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