Uma das preocupações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é a propagação, cada vez mais intensa, das infecções sexualmente transmissíveis (IST), resultando em um agravo da população contaminada. Especialistas da Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS) estiveram, na terça-feira, 7, em Taquara, com o intuito de trabalhar números e indicadores das ISTs para auxiliar as ações que o município já vem desenvolvendo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
A maior inquietação, segundo o secretário municipal de Saúde, Vanderlei Petry, está ligada ao vírus HIV que transmite a Aids, uma doença crônica que não tem cura e que atinge um número alto de pessoas, pois algumas sem saber que estão contaminadas, acabam passando o vírus a outras pessoas.
“Como Taquara é um município que está inserido na região metropolitana, temos que ter um cuidado ainda maior de alertar a nossa população dos cuidados, das formas de prevenções e como proceder os atendimentos, pois quanto mais precoce for a detecção do vírus, antes inicia-se o tratamento, diminuindo a contaminação em outras pessoas”, observa Petry.
Além de taquarenses, a Vigilância Epidemiológica do Município, atende pessoas de Igrejinha, São Francisco de Paula, Três Coroas, Rolante, Parobé, Sapiranga, Cambará do Sul e Taquara, já que pelo preconceito existente, muitos pacientes não sentem-se a vontade em buscar auxílio e tratamentos em seu próprio município. “Estamos, no estado do RS, com a maior carga de epidemia, com a maior taxa de mortalidade, de incidências. Muita gente está infectada, sem diagnóstico, transmitindo o vírus, isso é fato”, alerta a especialista em saúde, psicóloga da coordenação regional IST/Aids – 1ª CRS, Camila Rodrigues de Oliveira
Para a especialista em saúde, técnica da coordenação estadual de IST/Aids – SES/RS, Márcia Fitz, é preciso alarmar a população. “Todos somos vulneráveis, e enquanto não conseguirmos fazer a população entender isso, não vamos sanar o problema. O HIV não tem cara, não tem esteriótipo. Todo mundo é vulnerável. Despertar a questão do diagnóstico precoce, ajudará muito a não contaminação de outras pessoas, pois entrando em tratamento, consequentemente, deixam de transmitir o HIV”, revela Márcia.
O encontro também contou com a presença do enfermeiro técnico responsável da SMS, Jorge Amaral; do técnico de enfermagem, responsável pelos indicadores da Vigilância Epidemiológica, Tiago Philereno e da farmacêutica responsável pelos medicamentos antirretrovirais, Janine Hahn Oliveira.
Como funciona o atendimento no Município?
A Secretaria Municipal de Saúde promove capacitações e qualificações permanentes com os seus profissionais de saúde visando um adequado atendimento e o acolhimento dos pacientes, trabalhando, principalmente, com os públicos mais suscetíveis, mais vulneráveis e que se pressupõe estarem mais à deriva da doença.
Para receber qualquer atendimento, primeiramente, é necessário dirigir-se à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro de residência portando documentos, consultar um médico ou enfermeiro para a solicitação de exames ou do teste rápido, que, através de uma amostra de sangue, identifica a infecção sexualmente transmissível (IST) em menos de 30 minutos.
Se identificada a infecção no teste rápido, a pessoa é encaminhada à Vigilância Epidemiológica para iniciar o tratamento. Todas as UBSs estão aptas a realizarem o teste rápido e há a distribuição, gratuita de preservativos masculinos e femininos para a prevenção das ISTs.