• 16 de abril de 2025 10:18

Ecovias Sul revoluciona engenharia rodoviária com novo material para bases de pavimentos

ByGabriela Andrighi

abr 10, 2025

No cenário de inovação em infraestrutura viária, um estudo pioneiro acaba de ser reconhecido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), consolidando-se como um marco para o setor.

A pesquisa intitulada “Compósitos de cimento, emulsão com fresado asfáltico e agregados virgens para bases de elevado desempenho”, desenvolvida pela concessionária de rodovias Ecovias Sul em parceria com o Laboratório de Pavimentação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Lapav/UFRGS), foi aprovada após uma rigorosa avaliação da ANTT, confirmando sua relevância técnica, científica e ambiental.

O estudo teve como objetivo principal desenvolver e avaliar novas composições para bases e sub-bases rodoviárias utilizando materiais estabilizados a frio do tipo BSM (Bitumen Stabilized Material). Esse material, estabilizado com emulsão asfáltica, inclui agregados virgens, asfalto fresado (retirado da pavimentação e reaproveitado) e cimento em sua composição. Sua utilização a frio favorece a reciclagem, que pode ser realizada tanto in loco quanto em usina.

“A proposta está alinhada à busca por soluções mais sustentáveis e eficientes para a infraestrutura viária brasileira, reduzindo o impacto ambiental ao reutilizar materiais reciclados e minimizar o uso de agregados naturais”, afirma o gerente de Engenharia da Ecovias Sul, Miquéias Neuenfeld. Ele explica que o trabalho foi viabilizado por meio de verbas do programa Recurso para Desenvolvimento Tecnológico (RDT), destinadas às concessionárias de rodovias federais para investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços voltados à infraestrutura rodoviária. “São recursos anuais voltados à produção de conhecimento nas mais diversas áreas da indústria rodoviária”, destaca.

No projeto RDT da Ecovias Sul com o Lapav, foi analisada uma mistura estabilizada com emulsão por meio de ensaios laboratoriais e de monitoração, inicialmente, de dois trechos experimentais em escala real: o primeiro trecho foi construído no km 495 da BR-116/RS, em Pelotas, e o segundo foi avaliado por simulador de tráfego no laboratório da UFRGS. Posteriormente, outros três trechos experimentais também foram estudados no Polo Rodoviário de Pelotas: km 416 (Camaquã) e km 506 (Pelotas), ambos na BR-116, e km 175 (Piratini), na BR-392.

Os resultados foram promissores: as misturas estabilizadas apresentaram excelente desempenho estrutural, resistência progressiva ao longo do tempo e adaptação às condições climáticas e de tráfego das rodovias. Além disso, a pesquisa permitiu avanços significativos na compreensão do comportamento mecânico dos materiais, fornecendo subsídios para normatizações futuras.

A pesquisa também resultou na elaboração de uma minuta de norma técnica para bases de elevado módulo, que será submetida ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e na participação ativa na formulação de uma norma brasileira da ABNT relacionada ao Full Depth Reclamation (FDR).

Ao avaliar o Relatório Final da pesquisa, a ANTT destacou que todos os objetivos foram plenamente alcançados, ressaltando a contribuição do estudo para a modernização e sustentabilidade da infraestrutura viária nacional. O projeto foi conduzido dentro das diretrizes estabelecidas pela Portaria SUINF/ANTT nº 68/2019, com rigor metodológico e ampla divulgação dos resultados. Com a aprovação, a Ecovias Sul publicou o Relatório Final em seu site, ampliando o acesso às informações e incentivando outras iniciativas semelhantes no setor.

Futuro da Infraestrutura Viária

Para o diretor-superintendente da Ecovias Sul, o reconhecimento da ANTT reforça a importância da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico para a evolução da infraestrutura viária brasileira. “A adoção de materiais sustentáveis e técnicas inovadoras, como os compósitos estabilizados a frio, representa um caminho promissor para reduzir impactos ambientais, otimizar custos e garantir rodovias mais seguras e duráveis”, afirma Medeiros. Ele ressalta que essa iniciativa abre caminho para um futuro em que a engenharia rodoviária alia alto desempenho à responsabilidade ambiental, promovendo um novo paradigma para as estradas brasileiras.

 

Impactos e Benefícios

O estudo trouxe contribuições significativas para a engenharia rodoviária. Entre os principais avanços, destacam-se:

Sustentabilidade: Redução do passivo ambiental ao reutilizar fresado asfáltico e minimizar o uso de materiais virgens.

Desempenho estrutural: Melhoria na resistência e durabilidade das bases rodoviárias.

Eficiência econômica: Redução de custos a longo prazo com manutenção e reabilitação de pavimentos.

Transferência de conhecimento: Publicação de artigos científicos, apresentação em congressos e realização de workshops.

Inovações tecnológicas


Ao longo de seus quase 27 anos de atuação, a Ecovias Sul tem investido em tecnologias sustentáveis para a engenharia rodoviária, buscando soluções inovadoras que reduzam impactos ambientais e garantam maior eficiência na manutenção das rodovias.

Entre essas iniciativas, destaca-se o uso da mistura asfáltica morna com CAP modificado com borracha, que incorpora de 15% a 20% de pneus descartados, reduzindo a destinação inadequada desse resíduo e minimizando a emissão de substâncias nocivas, como o sulfeto de hidrogênio. Além disso, a técnica permite a usinagem e aplicação a temperaturas até 40ºC inferiores às convencionais, melhorando a adesividade do material e otimizando seu transporte e compactação.

Desde 2016, a concessionária também utiliza sensores sônicos em vibroacabadoras, garantindo um mapeamento preciso da superfície da pista e ajustes automáticos para corrigir irregularidades, proporcionando maior qualidade e segurança no pavimento final.


Nas Vias da Sustentabilidade, Agenda ESG 2030

Investir na infraestrutura rodoviária do país e gerar impactos socioeconômicos de forma sustentável é parte da estratégia de negócios e da cultura da EcoRodovias, da qual a Ecovias Sul faz parte. Aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) são pilares considerados em todos os projetos e ações internas e externas da empresa. A companhia mantém metas para alcançar elevados patamares de segurança viária, segurança do trabalho, diversidade, equidade e inclusão, além de reduções nas emissões de CO2. A atuação com ética e transparência é resultado de treinamentos e de processos rigorosos de governança e compliance. Listada no Novo Mercado da B3, a EcoRodovias integra importantes carteiras e índices relacionados a práticas ambientais, sociais e de governança e possui diversas certificações internacionais, incluindo a ISO 37001 de combate ao suborno. Ser o melhor gestor de infraestrutura rodoviária do Brasil, com sustentabilidade, é o que move a EcoRodovias.

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