Trabalhadores se reuniram no último sábado e definiram as demandas que serão apresentadas ao sindicato patronal; lideranças destacam importância da mobilização e participação da categoria.
No último sábado, dia 20, o Sindicato dos Sapateiros de Parobé realizou a Assembleia Geral que oficializou o início das negociações coletivas para a categoria do setor calçadista.
Por maioria dos presentes, os trabalhadores aprovaram por a pauta de reivindicações para o período de 2024/2025, que será negociada com o sindicato patronal.
A assembleia contou com a presença de diversos membros da categoria, além de lideranças sindicais e representantes legais.
Durante o evento, João Pires, presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, destacou a preocupação com os argumentos que serão utilizados nas negociações, especialmente diante da calamidade pública causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
“Os argumentos na mesa de negociação serão de pessimismo, considerando a situação crítica enfrentada pela nossa comunidade. É vital que os trabalhadores compreendam que nada se conquista sem mobilização. Todas as conquistas da classe trabalhadora só foram possíveis através da união e do esforço coletivo”, afirmou Pires.
Além da argumentação dos representantes empresariais, outro desafio neste ano é mobilizar a classe trabalhadora em apoio à entidade. Gaspar Nehering, dirigente e membro da diretoria do sindicato, lamentou a baixa participação em comparação com a força potencial da categoria.
“Não medimos esforços para garantir que todos os trabalhadores soubessem da importância desta assembleia. Ainda assim, a presença foi inferior ao esperado. Precisamos fortalecer a participação, pois juntos podemos transformar realidades e garantir nossos direitos”, declarou Nehering.
Desde 2017 a negociação coletiva desempenha um papel crucial na manutenção e garantia dos direitos dos trabalhadores, especialmente após as mudanças introduzidas pela reforma trabalhista.
É através desse processo que se definem cláusulas importantes para a proteção e valorização da categoria, já que desde então ficou determinado que o negociado vale sob o legislado.
Os pontos da pauta de reivindicações foram lidos pelo advogado da Federação dos Trabalhadores do Vestuário e do Calçado (FETICVERGS), Eduardo Franceschetti, que apresentou cada item para aprovação.
A pauta deste ano inclui um reajuste baseado nos 4% da inflação mais 100% de aumento real, além de cláusulas adicionais como o auxílio creche.
Conscientização parece ser o maior obstáculo
Em 2024, enquanto o setor calçadista brasileiro celebra novos investimentos e crescimento, os trabalhadores continuam na luta por melhores condições e direitos, enfrentando desafios significativos em meio a um cenário de recuperação econômica. “Somos hoje mais de 9 mil trabalhadores do setor em Parobé, isso representa uma camada importante na economia local. Quem faz a roda girar são os trabalhadores, mas ainda falta essa consciência. A luta sindical continua sendo fundamental para garantir que os avanços econômicos sejam acompanhados de justiça social e melhoria nas condições de trabalho”, explica Pires.
Quem quiser acompanhar o andamento das negociações, basta acompanhar as atualizações nas redes sociais do sindicato, além de informativos que estão sendo distribuídos gratuitamente.
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