FCDL-RS sugere ações que pavimentariam o caminho da retomada econômica e social do estado
No processo de recuperação social e econômica do Rio Grande do Sul a plena retomada do comércio gaúcho terá um papel extremamente importante.
O setor, responsável pela maior fatia do PIB de grande parte dos municípios atingidos pelas cheias de maio, precisa de medidas céleres que o revitalizem com a maior brevidade possível, a fim de manter e gerar empregos e renda.
Em levantamento preliminar das perdas do comércio estadual com a calamidade climática a FCDL-RS estimou uma quebra em torno de R$ 2,4 bilhões em vendas no mês passado, além de outros R$ 3,5 bilhões em prejuízo patrimonial dos estabelecimentos comerciais atingidos.
Diante desse quadro, a FCDL-RS entende que se faz necessária a adoção de medidas que amenizem esse quadro e permitam uma retomada rápida do setor.
– De imediato é preciso recuperar a infra-estrutura viária do Rio Grande do Sul, retomando os caminhos para chegada de insumos e escoamento da produção, evitando uma elevação de preços aos consumidores e mais uma sobrecarga ao já combalido orçamento familiar de significativa parcela dos gaúchos – aponta o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
O dirigente lembra que manter as atividades econômicas em funcionamento evitará perdas em vendas, salários e empregos.
Para isso, a recuperação das rodovias e criação de novas opções à impossibilidade temporária de uso do Aeroporto Salgado Filho são ações prementes.
No caso da Região Metropolitana de Porto Alegre, há, ainda, a necessidade do rápido restabelecimento da atividade do Trensurb, com menor intervalo entre as viagens dos trens e ampliação dos ônibus que, atualmente, estão atendendo os passageiros.
– Objetivamente, nesse momento, é preciso dotar o aeroporto de Caxias do Sul com estrutura e equipamentos que lhe permitam estar capacidade para receber vôos internacionais. Além disso, ampliar a malha aérea a partir da Base Aérea de Canoas. E desenvolver um plano de ação robusto para retomar a plena capacidade da malha rodoviária gaúcha. São medidas que farão a diferença para melhor na estratégia de recuperação do Rio Grande do Sul – lembra o presidente da FCDL-RS.
Setores econômicos liderando a reação
Sendo a recuperação da infra-estrutura um meio vital de retomada da economia, o apoio aos setores que geram e mantêm empregos, além de circulação de renda, é outro aspecto a ser considerado rapidamente.
Há segmentos que irão despontar nesse cenário, como, por exemplo, no comércio, os materiais de construção, os eletrodomésticos, vestuário e calçados e os itens de primeira necessidade.
A partir de estoques regulares e adaptação às necessidades das famílias e empresas que buscarão esses insumos, terão boa perspectiva de obter um progresso considerável em suas vendas até o final do ano.
Os incentivos proporcionados pelos programas de reconstrução sejam eles originários do governo federal, do governo estadual e até mesmo de governos municipais, terão um papel importantíssimo para que esses segmentos consigam avançar.
O setor de turismo no estado, com destaque especial para a região da Serra Gaúcha, também é outro que pode impulsionar a reação do Rio Grande do Sul.
Isso porque vários pontos turísticos não foram atingidos pela calamidade climática e oferecem condições de receber os visitantes da melhor forma possível, desde que exista a viabilidade já apregoada dos meios de chegada e de saída do RS.
– O Comércio, em especial, é responsável pela maior fatia do PIB em boa parte dos municípios gaúchos. Estimular a população a apoiar e valorizar os estabelecimentos comerciais de suas cidades vai fortalecer as comunidades e impulsionar desenvolvimento local e regional. Já o turismo, tem a perspectiva típica do setor de alojamento e alimentação, de manter e gerar empregos de qualificação média, sobretudo, além de fortalecer a percepção das marcas gaúchas a partir da receptividade típica do setor – enfatiza Vitor Augusto Koch.
A construção de um futuro mais seguro e funcional
Uma perspectiva mais ampla do futuro do Rio Grande do Sul, passada a fase de retomada, aponta caminhos em vários pilares da nossa sociedade.
A FCDL-RS sugere a criação de programas não apenas de empréstimos subsidiados ou com pagamentos em carência, mas que contenham medidas complementares na elaboração dos contratos financeiros.
Outro eixo que merece atenção é o de incentivos econômicos. Já não é mais possível o Rio Grande do Sul criar políticas voltadas a uma região específica.
Os recursos disponíveis têm que ser direcionados para setores que integrem todo o estado ao invés de se ter uma região como destinação das ações.
– Logo, é necessária em um momento de reconstrução, a percepção sobre focos que precisam ser adotados, nesse caso, as vocações gaúchas que integram todas as regiões. E aí, cinco atividades se destacam e têm efeitos de encadeamento em todas as regiões. A indústria metalmecânica, o comércio, o turismo, o agronegócio e a prestação de serviços – opina Vitor Augusto Koch.
O setor público, por sua vez, necessita ter uma correção de rumo que pode fazer o estado avançar de maneira duradoura, a qual seria possibilitar a extensão da dívida pública que, apesar de sua suspensão temporária, deverá voltar a ser paga.
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