A nossa condição humana é solidão. Por mais que queiramos nos cercar de pessoas, as decisões mais importantes da vida, quase sempre, são tomadas na solidão.
Muitas vezes temos dificuldade de conviver com ela; precisamos da televisão, do rádio, da internet. Nós precisamos preencher o nosso tempo e o nosso espaço com algum som ou barulho.
Em alguns momentos, o mergulho na tagarelice do mundo é necessário, pois temos de cumprir um papel social.
Em outros, porém, afasta-nos de nós mesmos. É saudável curtir a nossa própria solidão e ter momentos de tranquilidade e silêncio.
Só poderemos ouvir a voz do coração quando mergulhamos no silêncio, percebendo aquilo que somos, percebendo as nossas emoções, conversando com elas e compreendendo-nos como seres humanos.
Por outro lado, podem nos incentivar a casar, a mudar de emprego, a correr novos riscos, a fazer uma coisa ou outra, mas, no entanto, sabemos que somente nós teremos que arcar com todas as responsabilidades e consequências dos nossos atos.
As decisões fundamentais da nossa vida devem ser tomadas quando nós nos encontramos com o silêncio, com a meditação, com a oração e com Deus.
Portanto, ali nós vamos tendo a melhor decisão. Dizem que o momento mais delicado da vida é o momento da morte, que ali se sente a maior solidão de todas.
Por mais que se queira confortar o paciente que está morrendo, no fundo sabe-se que a experiência da morte é uma vivência solitária e que nenhum de nós terá como fugir desse momento ou adiá-lo.
Por isso, caro leitor, nada mais sábio do que aprendermos também a gostar da nossa própria companhia e, ao mesmo tempo, de estar livre das exigências dos outros.
Esse é um sinal de que estamos de bem conosco mesmos e com a vida. Isso, porém, não é isolamento, o isolamento é doentio, é diferente.
A cada um cabe aprender a ter momentos de solidão e fazê-los torná-los fecundos; encontrar formas de conviver com essa realidade o mais saudável possível.
Padre Ezequiel Dal Pozzo
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