• 19 de setembro de 2024 19:52

Primavera dos Museus teve bate-papo com moradores do Quilombo do Paredão no interior de Taquara

ByRafaela Andrighi

set 29, 2023

Encontro foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rudi Lindenmeyer

A Prefeitura de Taquara realizou, através da Diretoria de Cultura e do Museu Histórico Municipal Adelmo Trott, um bate-papo com moradores do Quilombo do Paredão.

O encontro ocorreu nesta quinta-feira (28), na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rudi Lindenmeyer, situada no Distrito de Fazenda Fialho.

Alunos do nono ano da escola Rosa Elsa Mertins também participaram da conversa.

Esta iniciativa faz parte da programação de Taquara referente a 17ª Primavera dos Museus, evento nacional que é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura.

“Foi um momento muito importante para a troca de informações entre os estudantes das duas escolas, que puderam conhecer a história e as vivências da população que vive no quilombo taquarense”, destaca a prefeita Sirlei Silveira.

Tema nacional

O evento com moradores do Quilombo do Paredão está relacionado ao tema nacional da Primavera dos Museus deste ano, que é “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”, ressaltando a importância dos museus ao promover a inclusão social e a diversidade.

“A ação educativa no quilombo proporcionou reflexões necessárias sobre pertencimento, identidade e a vida em comunidade”, salienta o diretor municipal de Cultura, Rafael Tourinho.

De acordo com o chefe da Divisão do Arquivo Histórico, Maicon Rodrigues, o encontro realizado nesta quinta-feira permitiu aos alunos entender a importância de um quilombo, assim como a sua representatividade em Taquara.

“É uma forma de tirar da invisibilidade a história desta comunidade quilombola. Precisamos semear a tolerância, o respeito, a igualdade e a equidade para uma sociedade mais justa e fraterna”, frisa.

Comunidade quilombola conta com 300 moradores

Segundo José Luis, morador do quilombo há 61 anos e neto da primeira moradora, a falecida Dona Anita, a comunidade conta hoje com, aproximadamente, 55 famílias.

Juntas, totalizam 300 moradores, que utilizam as 130 hectares de terra para se abrigar e cultivar suas frutas, verduras e legumes para subsistência.

De acordo com o “Seu Zé”, como é chamado pelos vizinhos, o espaço de terra foi reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) como terra quilombola.

Durante o bate-papo, alunos da escola local, professores e o neto da falecida Dona Anita recordaram a importância dela para a comunidade, sendo lembrada como uma líder generosa, que atuava como benzedeira, parteira e conciliadora.

“O que chamava muito a minha atenção era a forma dela morar com animais que não são tão comuns de se ver dentro de casa. Ela tinha essa proximidade com a natureza muito bonita. Queria estar sempre com as plantas e os bichos”, recordou José Luis.

Escola local realizou apresentação artística sobre a palavra “Ubuntu”

A palavra “Ubuntu”, tema da apresentação organizada pela diretora Aline Mota e executada pelos alunos da escola Rudi Lindenmeyer, tem origem nos idiomas zulu e xhosa, oriundos do continente africano, que tem como significado a humanidade para todos.

“A proximidade com o quilombo enriquece a nossa escola com cultura, história e diversidade. Muitos ex-alunos, que são quilombolas, participam de atividades como a nossa festa junina, realizada anualmente”, salienta.

Saiba Mais.

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