• 24 de novembro de 2024 01:34

Moinhos de Vento capacita profissionais para próxima etapa de pesquisa

ByRafaela Andrighi

nov 8, 2022

Estudo que identificou que mais da metade dos jovens brasileiros tinham infecção pelo HPV agora vai avaliar o impacto da vacinação em todo o país

O Hospital Moinhos de Vento está capacitando equipes de saúde que vão atuar no Estudo de Prevalência do Papilomavírus no Brasil (POP-Brasil).

Na última quinta-feira (3), ocorreu o treinamento teórico e prático de enfermeiras que trabalham em cinco unidades de saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, — Costa e Silva, Sesc, Vila Floresta, Santíssima Trindade e Parque dos Maias — e que vão atuar na etapa 2 do projeto.

O trabalho já havia sido realizado nos meses de abril e setembro em outras 16 unidades de saúde vinculadas ao Hospital Divina Providência.

Desde dezembro de 2020, início da segunda etapa, 350 profissionais de 25 capitais foram capacitados.

A pesquisa, uma parceria com o Ministério da Saúde através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), tem como principal objetivo avaliar o impacto da vacinação contra o HPV em todas as regiões do país.

Dados da primeira etapa mostraram que mais da metade dos jovens brasileiros tiveram infecção pelo HPV.

“O estudo é essencial para avaliar e determinar os próximos passos a serem seguidos na vacinação contra o HPV no Brasil”, revela a líder do projeto e pesquisadora do Hospital Moinhos de Vento, Eliana Wendland.

O grupo foi capacitado a realizar uma nova edição de coleta de dados e de testagem, no mesmo modelo usado entre 2015 e 2017 — primeira etapa do estudo.

Na parte teórica, as enfermeiras foram orientadas em relação à aplicação de questionário e coleta de material biológico, e na parte prática, fizeram a simulação e certificação de entrevistas.

As coletas contemplam entrevista e coleta de material biológico genital, anal e de sangue feitas por profissionais de saúde.

As amostras genitais e anais serão utilizadas para avaliar a prevalência de HPV e as de sangue para testes de anticorpos específicos contra os tipos de HPV incluídos na vacina.

Assim, será possível avaliar se houve diminuição da prevalência ou persistência da infecção em indivíduos vacinados e não vacinados.

 “O treinamento garante que os protocolos de pesquisa sejam seguidos adequadamente e com resultados fidedignos”, ressaltou a pesquisadora responsável pelo Controle de Qualidade do Hospital Moinhos de Vento, Tássia Rolim Camargo, que realizou o treinamento junto com a enfermeira de Projetos Sociais, Camila Bonalume Dall’Aqua.

Estudos sobre HPV

Desde 2015, o Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, lidera um trabalho epidemiológico nacional sobre o HPV, PROADI-SUS.

A iniciativa busca avaliar o impacto da infecção pelo papilomavírus humano em três estudos: POP-Brasil (avalia a prevalência de HPV nacionalmente, monitorando o impacto da vacinação), SMESH (avalia a prevalência de HPV em populações de alto risco) e STOP-HPV (avalia a associação de HPV e câncer de cabeça e pescoço).

O estudo POP-Brasil conta com jovens entre 16 e 25 anos que já tenham tido relações sexuais (na participação nas unidades de saúde, eles respondem a uma entrevista sobre comportamento sexual, características sociodemográficas, fumo, uso de álcool e outras drogas, conhecimento sobre HPV e vacinação, além de fazerem coletas de material biológico).

O estudo, que finaliza em 2023, tem como benefício direto ao participante o resultado de HPV genital, que atualmente não é disponibilizado no sistema público de saúde.

Na primeira etapa foi encontrada alta prevalência de HPV em todas as regiões brasileiras, sendo as maiores no Nordeste (58,09%), seguido do Centro-Oeste (56,46%) e do Norte (53,54%).

Também apontou que a prevalência estimada da infecção entre jovens era de 53,6% dos quais 35,2% eram casos de HPV de alto risco, relacionado a determinados tipos de câncer.

Sobre o HPV

Segundo o Ministério da Saúde, o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que acomete a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, podendo provocar verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus.

O vírus, quando de alto risco, pode provocar câncer de colo uterino, além de outros tumores como câncer vulvar, vaginal, peniano e ânus.

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas.

Entretanto, nos casos de baixo risco, podem aparecer verrugas na região genital,  ânus ou na boca.

O tratamento consiste na eliminação das verrugas, uma vez que não há tratamento para o vírus.

Já o diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão.

Como forma de prevenção, assim como para outras infecções sexualmente transmissíveis, a orientação é utilizar preservativo nas relações sexuais.

Saiba Mais.

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