Duas gotinhas!
Essa dose pode salvar vidas e evitar o ressurgimento de doenças que o Brasil erradicou desde 1989.
Um evento em Porto Alegre na manhã deste domingo marcou a luta pelo fim da poliomielite.
A 1ª Caminhada Rotary, na Orla do Guaíba, reuniu centenas de pessoas com o mesmo propósito de incentivar a vacinação contra paralisia infantil.
A campanha nacional de imunização terminou neste final de semana, mas as aplicações continuam nos postos de saúde.
O organizador da iniciativa, o Distrito 4670 do Rotary, foi apoiado por Rotarianos Nacionais e mobilizaram autoridades e comunidade para participar do evento, que teve duração de quatro horas e contou com apresentações artísticas e uma unidade móvel do Serviço Municipal de Saúde (SMS) para as crianças que estivessem a receber a vacina.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda aplicação em bebês de 2 meses a menos de 5 anos de idade.
“A paralisia infantil não tem cura, mas tem prevenção. Depois das gotinhas, não precisamos nos preocupar com o futuro, a imunidade das crianças estará garantida. Depende de cada um de nós”, pontuou a governadora do Distrito 4670, Denise Pastori.
A caminhada contou a participação do Zé Gotinha e outros personagens do imaginário infantil como a Minnie, Mickey e Patrulha Canina.
A família de Gilson Hahn saiu de Imbé, no litoral norte, para estar na caminhada.
Com a pequena Giovana de quatro meses a tiracolo, Maria Luisa, de 6 anos, e Pedro Henrique, de 12, ele não quis perder a oportunidade.
“É importante incentivar, muitos não dão bola. A vacina pode parecer um símbolo pequeno, mas causa grande impacto na população”, afirmou.
As gotinhas são a única forma de prevenção da poliomielite.
A pólio é uma doença infecciosa, paralisante e potencialmente mortal que afeta mais comumente crianças menores de cinco anos.
Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Raízes da erradicação
Voluntários do Rotary International deram a crianças gotas da vacina oral contra a poliomielite em um centro de saúde em Guadalupe Viejo, Filioinas, em 29 de setembro de 1979.
O evento foi realizado na região metropolitana da capital Manila e contou com a presença de rotarianos do país e representantes do Ministério da Saúde.
O Rotary Club e o governo filipino se comprometeram a vacinar quase 6 milhões de crianças contra a pólio.
O programa se estenderia por vários anos e custaria cerca de US$760 mil.
O sucesso do projeto levou o Rotary a tornar a erradicação da pólio uma prioridade.
A entidade lançou a campanha Pólio Plus em 1985 e foi membro fundador da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio em 1988.
Mais de 2,5 bilhões de crianças em 122 países receberam a vacina oral contra a pólio.
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