Iniciativa permite que uma família cuide de crianças e adolescentes separados da família de origem
A Câmara Municipal de Taquara, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Cidadania, está finalizando os detalhes para um edital para implementar os serviços de acolhimento domiciliar na próxima semana.
A iniciativa visa permitir que as famílias da cidade abriguem temporariamente crianças e jovens de 0 a 17 anos que estejam afastados dos pais por ordem judicial, sem precisar colocá-los em uma instituição.
Em Taquara, três profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Cidadania vão trabalhar com o serviço: a psicóloga Caroline Britto da Silva Silveira, a assistente social Bárbara de Oliveira Sarmento e a educadora Elen Fernanda de Lima.
“O Serviço Família Acolhedora permite que famílias acolham crianças em situação de risco que são retiradas de sua família de origem, sendo estas pessoas acolhedoras as responsáveis temporárias desta criança, sem a possibilidade de que a criança seja adotada por esta família. Mas esta família será parte fundamental no processo de desenvolvimento desta criança ou adolescente, pois estará auxiliando nas rotinas diárias, ofertando amor, cuidado e proteção”, explica Caroline.
As famílias participantes terão a guarda provisória da criança ou adolescente, cuidando de seu desenvolvimento educacional e de sua saúde, com o auxílio da equipe técnica da Família Acolhedora.
Nesta fase inicial, até 15 famílias poderão ser habilitadas a participar do serviço, mas podem haver mais famílias inscritas conforme o edital.
“Falamos em famílias porque em muitos casos as crianças em situação de vulnerabilidade podem ter irmãos, que precisam ser encaminhados juntos . Então o número de pequenos atendidos poderá ser maior. Nós vamos trabalhar tanto com a criança ou adolescente atendido, como com a família acolhedora e a família de origem, ou a família extensa (como avós e tios), analisando diariamente como está funcionando o serviço”, salienta Barbara.
Famílias aptas a participar
Como pré-requisito para participar do Família Acolhedora, o responsável deve ter idade mínima de 21 anos, residir na Taquara há dois anos ou mais, não estar no Cadastro Nacional de Adoção, ser capaz de cuidar de crianças ou adolescentes, e ter uma renda regular.
Além disso, todos os outros membros da família devem concordar em receber a criança ou o jovem.
“Este programa está disponível para atender qualquer configuração familiar. Ou seja, qualquer tipo de família que atenda aos pré-requisitos exigidos poderá ser uma família acolhedora, e fazer a diferença na vida de alguém em situação vulnerável”, completa a psicóloga.
Importância do programa
Através do Família Acolhedora, Caroline conta que, mesmo com o vínculo da criança com a família sendo temporário, haverá um vínculo individual que trará pequeno uma atenção maior que se estivesse em um lar com outras crianças.
“No lar, também há um cuidado com as crianças, mas ele é coletivo. Para a família que acolhe, o maior ganho é saber que aquele menino ou aquela menina atendida teve sua vida mudada por sua causa, porque também será uma mudança transformadora para esta criança”, destaca.
Elen complementa que o Família Acolhedora também permitirá uma abertura para novas possibilidades das crianças.
“A caminhada dos pequenos também vai continuar após o programa. A nossa esperança é que essa nova família irá ressignificar a criança. Existirá alguém para estabilizá-la. A criança sofre ao ser retirada do contexto familiar, e é um carinho, um colo, que pode fazer a diferença. Nós confiamos no projeto e acreditamos em todas essas possibilidades”, frisa.