Após o governador do Estado Eduardo Leite ter recuado e anunciado nesta segunda-feira que o prazo para a implementação das mudanças nos repasses a hospitais do programa Assistir será prorrogado para janeiro de 2022, os prefeitos do Vale do Paranhana reforçaram que seguem unidos e mobilizados para evitar que esses cortes de recursos para as casas de saúde da região sejam concretizados pelo Estado.
Segundo o prefeito de Parobé e presidente da Associação de Municípios do Vale do Paranhana (Ampara) Diego Picucha, mesmo que a pressão da Ampara e de outras associações de municípios tenha resultado nesse recuo por parte do Estado, essa é apenas uma vitória temporária e parcial.
“Essa mobilização conseguiu reverter um terrível impacto sobre a saúde dos cerca de 200 mil moradores do Vale do Paranhana, com os cortes de cerca de R$ 10 milhões de reais e encerramento de diversos tipos de atendimentos de saúde essenciais para nossa comunidade, que começariam já na terça-feira. Entretanto, o Estado apenas concordou até o momento em protelar esses cortes até o início do ano que vem, o que apenas adia o problema. Reforçamos que seguimos unidos em nossa causa, firmes no acordo entre os prefeitos da Ampara que nenhum município assinará a adesão ao Assistir enquanto não se chegar a um denominador comum sobre esses repasses do Estado. Não iremos esmorecer em nossa causa, de defender a saúde de nossa comunidade”, declara Picucha.
Entenda o caso
A nova sistemática de distribuição de incentivos hospitalares proposta pelo programa Assistir, do Governo Estadual, causaria um impacto negativo de mais de R$ 10 milhões na região do Vale do Paranhana, já a partir do dia 1º de setembro.
Isso levaria ao encerramento de vários serviços essenciais de saúde, como a realização de partos, cirurgias de urgência (geral e de traumatologia), cirurgias vasculares, de urologia e proctológicas, cirurgias ginecológicas, afetando ainda a referência em atendimento oncológico para toda a região.
Em reunião realizada em 17 de agosto junto à secretária Estadual de Saúde Arita Bergmann, os prefeitos da Ampara pleitearam que o Estado reavaliasse os critérios utilizados no novo programa de incentivos hospitalares, sob a perspectiva de um verdadeiro caos na saúde que poderia se instalar na região.
Um exemplo disso seria o Hospital São Francisco de Assis, de Parobé, que precisaria suspender atendimentos de obstetrícia, além de encerrar sua porta de entrada de urgência e emergência, deixando a cidade e a região desamparada.
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