Caros leitores do Jornal News Paranhana, quando escutamos qualquer gênero musical num aparelho sonoro, não imaginamos que há aí toda uma gama de informações, que se articula com a cultura, história e a sociedade e também séculos de desenvolvimento e transformação.
Assim, penso que para melhor compreendermos isso, vamos primeiro abordar alguns conceitos relacionados á música começando pela pedra fundamental de toda a música: o som. O que é o som? Segundo o dicionário Houaiss: “som é a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda mecânica; é uma onda longitudinal, que se propaga de forma circuncêntrica, apenas em meios materiais, como os sólidos, líquidos ou gasosos.” Já ouvimos a expressão “onda sonora”, o que quer dizer isso? Que se pudéssemos vê-lo (o som) teria um formato de onda que vai ao poucos perdendo força e desaparecendo, e porque não vemos? Porque ele se propaga, neste caso pelo ar, e apenas o sentimos pelo corpo principalmente pelo aparelho auditivo.
Para a música o ponto principal do som é que ele possui o que chamamos de frequência e que a mesma pode ser medida por uma unidade, o Hertz (Hz). Uma nota musical possui um número x de Hz, por exemplo a nota Lá possui 440Hz, o Si 493Hz, a nota Sol 391Hz. Em um instrumento musical a nota que não está nesta frequência determinada, nós a identificamos como “desafinada” dentro de um padrão do qual chamamos escala temperada (escreveremos sobre isso posteriormente), a escala é por assim dizer, o caminho que o músico se utiliza para poder tocar determinada música, vamos retomar essa ideia posteriormente.
Voltemos ao som. O ser humano é capaz de ouvir um som numa frequência entre 20Hz e 20.000Hz, além disso apenas alguns animais conseguem ouvir tanto frequências mais baixas quanto mais altas. O que isso significa? Um som de 100Hz é mais baixo que um som de 500Hz, na prática isso quer dizer que 100Hz é uma nota que chamamos musicalmente de GRAVE e a de 500Hz uma nota AGUDA, porque quanto maior a frequência, mais aguda a nota e quanto mais baixa a frequência, mais grave. Assim podemos identificar o som de um trovão, o estouro de uma bomba por exemplo como graves, e a de um passarinho ou uma campainha como agudas, ou popularmente falando, um som grosso e outro fino, mas o correto é dizer grave e agudo.
Em música falamos em propriedades do som, são elas: altura, duração, intensidade e timbre. A altura tem relação com a frequência do som, ou seja, grave ou agudo. A duração é o tempo de propagação deste som, por exemplo, se eu tocar uma corda do violão ele vai soar até não podermos ouvir nada, ou seja, o som tem uma duração determinada.
A intensidade tem haver com o volume do som, quando eu levando ou abaixo o volume do rádio por exemplo, muitas vezes confundimos a intensidade com a altura, podemos ouvir um som agudo e de baixo volume ou, ao contrário, um som grave mas com muita intensidade.
Por fim o timbre caracteriza o som, por exemplo, eu consigo definir a diferença entre uma flauta e um piano porque são instrumentos de timbres diferentes, assim como a voz de um homem de uma mulher e criança, porque a “cor” sonora destes é diferente.
Sobre o som é isso, voltamos numa próxima oportunidade.