Mais de 300 funcionários do setor calçadista foram dispensados em Parobé
As demissões que ocorreram nas últimas semanas nas fábricas de calçado, em Parobé, deixaram sem postos de trabalho mais de 300 pessoas. Diante desta situação, o Sindicato dos Sapateiros do município vem monitorando a situação dos trabalhadores demitidos. “Estamos acompanhando todas as informações e tentando averiguar qual será o impacto desta situação”, destaca o presidente da entidade, João Pires.
Na empresa Calçados Bottero, mais de 200 trabalhadores foram pegos de surpresa com o fechamento de um pavilhão. Já na Calçados Bibi, informações do RH da empresa confirmam a saída de 70 funcionários no período de dois meses.
Com as definições impostas pela Reforma Trabalhista, todos os desligamentos não passam mais obrigatoriamente pela homologação do Sindicato. “É preciso que a categoria não fique desamparada neste momento. A homologação garante uma avaliação da entidade perante o pagamento e os trâmites legais para estas demissões”, avalia o secretário, Sandro Fagundes.
Para o presidente da entidade, a motivação para as demissões não é decorrente de crise econômica. “Se trata de uma ação estratégica destas empresas. Nós visitamos todos os estandes da SICC neste ano, e todos os empresários nos colocaram que o cenário era favorável ao calçado brasileiro”, destaca Pires.
Francal vai apresentar a realidade do cenário – A expectativa do Sindicato dos Sapateiros, é que a partir da produção das coleções de primavera/verão, os funcionários sejam realocados novamente em empresas na cidade. Porém, existe a preocupação em garantir que não haja a precarização dos postos de trabalho. “A partir do momento em que eles retornem à indústria, nós estaremos verificando a situação destas contratações. Por isso é de extrema importância que a categoria se faça presente junto ao Sindicato”, salienta o presidente.
A Francal, uma das principais feiras do setor na América Latina, já deve trazer resultados e apresentar qual a realidade do cenário da indústria de calçados para o segundo semestre de 2018. Devido a isto, o Sindicato dos Sapateiros permanece em alerta quanto a estes resultados.